Fisioterapia Pelvica - Perineo - Desempenho Sexual Feminino - Pos Graduacao
 

Você conhece bem sua MAP? É capaz de contraí-la de maneira eficaz? A contração consciente da MAP é fundamental para o bom desempenho sexual, porém infelizmente menos de 20% das pessoas em todo o mundo sabe como fazê-la de maneira eficiente. Para conhecer melhor sua MAP, sentí-la e aprender a contraí-la, leia Descubra sua MAP.


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É possível melhorar o desempenho sexual?

Desempenho sexual é algo bastante individual. Não existem duas pessoas que com o mesmo desempenho, já que isto depende de uma infinidade de variáveis físicas, psicológicas e comportamentais, que por sua vez dependem dos anseios pessoais e da experiência adquirida, da prática e do treinamento.

Duas das variáveis físicas de papel mais do que fundamental no desempenho sexual da mulher são a força e a coordenação motora dos músculos do assoalho pélvico (MAP). O grau de força e de coordenação influem radicalmente no prazer sexual tanto da mulher quanto do parceiro, no intercurso do ato sexual e na duração e intensidade do orgasmo.

| Aumentando a força da MAP | ...................................... | Aumentando a coordenação da MAP |

A hipoatividade ("flacidez") da MAP reduz substancialmente o prazer mas, ao contrário do que muitos dizem ainda hoje, não é o problema mais comum dos MAP. Estudos recentes demosntraram que 90% das pessoas apresentam assoalho pélvicos hiperativos (travados), e não hipoativos (fracos) como se pensava. A hipoatividade da MAP é mais comum em mães após o parto vaginal e em pessoas na menopausa.

Para estes casos particulares, uma musculatura bem reforçada não só mantém o prazer em índices gratificantes por praticamente toda a vida, como também pode - desde que bem treinada - proporcionar experiências incríveis para a pessoa e suas parcerias.

Quanto à coordenação motora, a maioria absoluta das pessoas (mais de 95%) apresenta algum grau de incoordenação da MAP. Nestes casos, contrações indesejáveis durante o ato sexual podem provocar dor sexual, relacionada especialmente à hiperatividade da MAP, situação que pode ser tratada por técnicas específicas de liberação miofascial efetuadas por uma fisioterapeuta pélvica especializada neste tipo de técnica.

Estas contrações indesejáveis são comuns na primeira relação sexual, onde o receio inicial e a falta de conhecimento do próprio corpo podem fazer com que a MAP, e nos casos mais extremos até a musculatura dos glúteos e coxas, se contraiam dificultando e tornando dolorida a penetração e o intercurso.

Estes transtornos podem ser contornados por meio de exercícios de autoconhecimento e consciência corporal, focados não só na MAP mas em toda a região genital. Estes exercícios facilitam o domínio e coordenação tanto da MAP quanto da musculatura do quadril como um todo.



Como a força da MAP influencia no desempenho sexual da mulher?

O prazer durante o ato sexual com penetração vaginal, depende da fricção do pênis (ou qualquer outra coisa) no canal vaginal. Existe uma pressão interna, própria da vagina, notada principalmente após o primeiro centímetro da entrada do canal. Esta pressão é fundamental para que o sexo seja efetivamente prazeroso, mas normalmente ela reduz bastante com o passar dos anos, especialmente com o envelhecimento e a menopausa.

É a MAP que dá esta sensação de pressão interna na vagina, sentida tanto pela mulher quanto pelo parceiro, ou seja, enquanto a MAP estiver forte esta pressão existirá. Em outras palavras, MAP fortes deixam a vagina sempre "apertada".

Com a musculatura enfraquecida esta sensação é reduzida, podendo as vezes mal ser percebida. Como é de se imaginar, o prazer sexual reduzido na relação pode desencadear os mais diversos graus de problemas entre o casal.

Por outro lado, uma MAP hiperativa (ou seja trancada, o contrário de frouxa), também vai impedir a movimentação destes músculos para causar essa pressão interna. Acontece algo bem parecido quando estamos com uma contratura ou um torcicolo no pescoço: também não conseguimos mexer eficientemente os músculos do pescoço, limitando nossas atividades diárias. Com a MAP hiperativa, a tarefa de apertar o pênis (ou otros objetos dentro da vagina e contra a parte interna do clitóris) também fica prejudicada. A hiperatividade da MAP pode ser tratada com liberação miofascial.

Além, pelo fato de o orgasmo ser um fenômeno vascular (dependente da circulação), MAP exercitados de maneira constante garantem uma boa circulação sanguínea e linfática de toda a região, favorecendo as condições necessárias para a obtenção de orgasmos mais satisfatórios, uma vez que o clitóris se enche de sangue de forma mais eficiente, melhorando assim sua sensibilidade. A sensibilidade do clitóris e do pênis dependem diretamente da quantidade de sangue trancada ali dentro. Quando este mecanismo falha temos baixa sensibilidade, na chamada disfunção erétil.

Contudo, felizmente a MAP hiperativa pode ser tratada com liberação miofascial, enquanto a hipoativa (fraca) responde muito bem a exercícios diários simples, que podem ser praticados a qualquer hora e em qualquer lugar. Se adotados como rotina, eles além de manter a força constante, também podem com o tempo incrementá-la até níveis mais elevados, de acordo com o anseio pessoal. Para saber como fortalecer sua MAP, leia a sessão exercícios.

É importante saber que os graus de força da MAP também é bastante subjetivo. Embora exista em tese um grau mínimo para que a relação seja prazerosa para o casal, de um modo geral quanto mais forte estiver a MAP, maior o prazer. Graus mais elevados de força exigem maior treino e cargas maiores e mais bem dosadas de exercícios. Esta carga maior acaba exigindo também uma maior coordenação motora da MAP (veja a seguir), a partir da qual diversas "manobras" podem incrementar a relação.



Como aumentar a força da minha MAP?

Importante: a maioria absoluta das pessoas possui um assoalho pélvico hiperativo (trancado), e não hipoativo (fraco). Hiperatividade exije liberação miofascial, e não treinos de fortalecimento.

Como para qualquer outra musculatura do corpo, a força da MAP pode ser aumentada através de exercícios de fortalecimento com carga progressiva (exercícios cada vez mais pesados conforme o condicionamento).

O grau de força alcançado com estes exercícios varia individualmente, e vai depender diretamente da intensidade do treinamento. A escolha do programa é, na mulher saudável, ditada especialmente pelos anseios pessoais, exatamente como acontece em qualquer programa de musculação para as demais partes do corpo.

Os exercícios para a MAP podem ser feitos a partir de contrações diárias simples, ou com a ajuda de equipamentos auxiliares como os cones vaginais (veja mais em Exercícios). Os cones são pesos que, ao serem inseridos na vagina, funcionam da mesma forma que os pesos usados na musculação de academia, proporcionando um fortalecimento eficaz desde que os exercícios sejam realizados corretamente.



Nota: A propósito da musculação de academia, estudos recentes vêm mostrando que este tipo de atividade pode provocar o enfraquecimento precoce da MAP, especialmente para mulheres desabituadas a este tipo de contração. A MAP deve ser contraída de forma consciente durante os exercícios na academia, para que sejam evitadas lesões inclusive mais graves.



Como a coordenação motora da MAP influencia no desempenho sexual?

A coordenação motora da MAP, que pode de início ser sutilmente melhorada com os próprios exercícios de fortalecimento, é decisiva para um bom desempenho sexual. Uma boa coordenação permite contrações de vários graus, que aliados a uma série de combinações de movimentos - especialmente do quadril - potencializam em muito o prazer da mulher e do parceiro.

Este incremento da coordenação motora, como para qualquer outra musculatura, exige boa dose de prática e perseverança. Quanto maior a prática e tempo de treino, mais apurada se torna a técnica. É exatamente como, por exemplo, aprender e praticar algum novo esporte.

Uma boa coordenação muscular permite que a mulher massageie o pênis de diferentes formas durante o intercurso da relação. Existem manobras que, por exemplo, permitem à mulher conter a ejaculação do parceiro.

Estas manobras têm diferentes formas e magnitudes, e são conseguidas conforme o grau de coordenação da mulher. Podem também ser chamadas de pompoarismo, que é uma antiga técnica indiana de ginástica sexual, reformulada neste site, e cujas manobras são descrita em detalhes na sessão neopompoarismo.


Como aumentar a coordenação motora da minha MAP?

De modo semelhante ao aumento de força, o incremento na coordenação motora da MAP pode ser conseguido tanto por exercícios de contração simples quanto através pelo uso de acessórios. Especificamente quanto ao incremento na coordenação, os exercícios de contração simples dos MAP, em geral, produzem um efeito modesto.

Por outro lado há um dispositivo interessante que para auxiliar no incremento da coordenação motora da MAP. É o chamado ben wa, também conhecido como bolinhas tailandesas em alusão ao país de origem. Este acessório, bastante simples, permite um treino eficaz de contração da MAP, além de um excelente treino de dissociação das contrações da MAP e dos abdominais. Saber diferenciar e isolar estes dois tipos de contração é fundamental para a realização satisfatória das manobras do pompoarismo, além de ajudar decisivamente no parto vaginal.