Fisioterapia Pelvica - Perineo - Descubra sua MAP - Pos Graduacao
 
Faça os 3 testes práticos para reconhecer sua MAP!

Onde fica a Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP)? O que ela faz?

A área destacada na figura a esquerda mostra a vista externa da região do períneo, que vai da sínfise púbica (osso palpado um pouco acima do clitóris) até o cóccix (final da coluna vertebral, logo acima do ânus).

À direita, o esqueleto da mesma região, fechado pela musculatura do assoalho pélvico (MAP). Esta abertura é o canal de parto.

A MAP está disposta como uma cama elástica inclinada sobre a qual se apoiam precariamente os órgãos pélvicos (útero, bexiga, ovários, etc). Ela não serve para sustentar o peso destes órgãos, mas para apoiar os ligamentos que sustentam estes órgãos no lugar. O assoalho pélvico é perfurada por três canais (uretra, vagina e reto), que são amassados quando sua musculatura é contraída.

Ela abraça, como uma grande pinça, a porção mais externa do canal vaginal (a cerca de 1 cm para dentro, logo após a entrada, econstado no hímen). Esta altura, onde a MAP atravessa a vagina, é conhecida como linha da MAP (veja na figura abaixo).

É a MAP a responsável pela sensação de pressão sentida no ato sexual e na penetração, tanto pela mulher quanto pela parceiria justamente naquela altura da vagina. É ali que podemos sentir contração muscular voluntária (por vontade própria).



Perceber a MAP e saber contraí-la não é tarefa das mais simples. Sete em cada dez mulheres não consegue contrair sua MAP. Nestes casos, um treino que pode auxiliar a propriocepção (capacidade de perceber uma parte do corpo), para a MAP, é o exercício com Ben Wa, as famosas bolinhas tailandesas.

Basta introduzi-las no canal vaginal, vestir as roupas normalmente e continuar com as atividades do dia a dia. O estímulo das bolinhas sobre a MAP, quando você anda, se levanta ou faz outro esforço, vai ativar a MAP, deixando-a mais enérgica, acordada. Esta técnica facilita em muito os exercícios para a MAP, especialmente para quem dificuldade de contrair aquela musculatura.




Como a MAP controla a pressão vaginal, o fluxo de urina, gases, fezes e ainda as posições dos órgãos pélvicos?

Ao ser contraída, a MAP movimenta os órgãos pélvicos, mantendo-os em suas posições normais e evitando que os ligamentos (que amarram esses órgãos aos ossos, como cordas) sejam sobrecarregados e lesionados.

Por estar situada no final (saída) da uretra, da vagina e do reto, esta contração também faz uma constrição (aperto circular, como num nó) ao redor destes canais, auxiliando nas funções de cada um deles:

1. constrição da uretra - ajuda no controle do fluxo urinário ao manter a uretra bem apoiada e fechada;

2. constrição do reto - ajudam no controle do fluxo de gases e fezes, valvulando o reto em ação conjunta ao esfíncter anal;

3. constrição da vagina - mantém o "tônus" vaginal (vagina "apertada"), ao pressioná-la contra a sínfise púbica.

Todos os músculos que compõem o assoalho pélvico são ativados por um único nervo (chamado pudendo). Na prática isto significa que não é possível contrair um deles isoladamente sem contrair todo o resto ao mesmo tempo, e ao redor dos três canais simultaneamente. É impossível contrair, por exemplo, apenas ao redor da vagina enquanto se relaxa a porção ao redor do ânus. No entanto, pessoas com suficiente coordenação motora e propriocepção, são capazes de perceber a contração isolada dos músculos superficiais e profundos que formam o assoalho pélvico.

Mesmo que a contração seja uma só, para que a pessoa esteja familiarizada com sua MAP é importante que ela perceba a ação da musculatura sobre cada um dos três canais isoladamente. Como não é possível contrair ao redor de apenas um deles, foram criados 3 testes práticos. Cada um dos testes, em separado, volta a atenção da mulher para a ação da MAP sobre cada um dos canais: uretra, vagina e reto.

Importante: Tente respirar de maneira lenta e profunda durante os testes práticos. Jamais tranque a respiração, pois a possibilidade de os abdominais estarem indesejavelmente sendo contraídos ao invés da MAP é muito maior.


TESTE SUA MAP!


Teste 1 - Percebendo a MAP Levantando / Fechando o Ânus

O maior músculo da MAP é conhecido na literatura médica como "músculo elevador do ânus". Isto porque, durante a contração, pode-se vê-lo e senti-lo claramente puxando aquele canal para cima.

Para este teste, a mulher deve concentrar-se em contrair os músculos ao redor do ânus, puxando-o para cima, fechando-o, como que tentando reter um gás.

Logo que conseguir sentir essa musculatura contraindo, a mulher deve contrair o mais forte possível e sustentar essa contração por 10 segundos, para testar a resistência dos músculos ao cansaço. Se a musculatura cair antes de 10 segundos isto pode indicar hipoatividade (fraqueza) ou hiperatividade (bloqueio) da MAP, e uma fisioterapeuta pélvica deve ser consultada

O insucesso na contração (não conseguir mexer) indica falta de propriocepção (conhecer e saber mexer a MAP). A dificuldade na contração significa normalmente falta de coordenação motora ou falta de força da MAP. Em ambos os casos é necessário consultar uma fisioterapeuta pélvica imediatamente.

Ao final da contração a pessoa deve relaxar totalmente sua MAP, percebendo se ela relaxa (desce) na mesma velocidade que contrai (sobe). É comum que a maioria das pessoas apresentem um atraso no relaxamento da MAP (a MAP sobe rápido na contração, mas demora para descer no relaxamento, os desce fragmentada, parando no caminho até relaxar completamente). Nestes casos trata-se de uma incoordenação motora, que pode ser regredida rápida e facilmente por exercícios de coordenação motora.

Teste 2 - Percebendo a MAP Controlando o Fluxo Urinário

Outra ação da MAP é auxiliar no controle do fluxo urinário. Quando contraída, essa musculatura (desde que sadia) têm a propriedade de apertar a uretra, estancando totalmente o fluxo de urina.

Portanto, esta identificação pode ser realizada facilmente ao urinar. Após começar a urinar, a pessoa pode tentar trancar abruptamente o fluxo de urina. Se conseguir, a MAP está sendo contraída eficazmente, e portanto o grupo muscular foi identificado com sucesso.

Caso a MAP não esteja hiperativa (trancada) ou hipoativa (fraca), a pessoa pode conseguir apenas diminuir sutilmente a velocidade do jato de urina, porém sem estancar totalmente o fluxo. Ambos os problemas podem ser regredidos facilmente com fisioterapia pélvica especializada.

Caso haja falta de coordenação motora, mesmo que a força de contração esteja normal, a mulher pode também não conseguir estancar o fluxo urinário. É comum por exemplo que ao invés de contrair a MAP, a mulher contraia os abdominais: neste caso o aumento na velocidade do fluxo de urina (jato mais forte) é sinal de que a musculatura contraída foi a abdominal, e não a do assoalho pélvico. Em ambos os casos a pessoa deve procurar imediatada uma fisioterapeuta pélvica para tratamento específico, do contrário consequências desastrosas como um >prolapso genital podem estar em andamento.

Esta manobra é um teste: pode ser realizada no máximo UMA VEZ NA VIDA. Nunca a realize como forma de treino (diariamente ou toda semana), sob o risco de refluxo de urina para os rins e outras complicações.

Teste 3- Percebendo a MAP Fechando a Vagina

A MAP é responsável pela pressão intravaginal sentida tanto pela mulher quanto pela parceiria durante o ato sexual.

Portanto, para este teste, a pessoa deve concentrar-se simplesmente em perceber a MAP ao redor da vagina: ela está localizada a apenas alguns centímetros da entrada do canal vaginal, ou seja, logo na entrada, a cerca de 1 cm para dentro.

Um auxílio bastante útil é a inserção de um ou dois dedos no canal vaginal, para que se possa sentir a musculatura contraindo ao redor deles.

Caso a MAP esteja enfraquecida, esta sensação ao redor dos dedos pode ser difícil de perceber - ou até impossível. Mas nem sempre a não sensação da contração é causada por fraqueza: em alguns casos a falta de coordenação motora pode ser a responsável.

Importante: Toda a MAP se contrai ao mesmo tempo, portanto a contração para os três testes abaixo é exatamente a mesma! O segredo é concentrar-se em perceber a MAP atuando individualmente sobre cada um dos três canais. Pelo mesmo motivo, a mulher que encontrar dificuldade em qualquer um dos três testes, deve ter dificuldade nos demais.

E mais: Existem acessórios que auxiliam na identificação da MAP, tornando o treinamento muito menos maçante do que a simples contração mostrada nesta página, especialmente para aquelas mulheres que têm grande dificuldade para perceber esta musculatura.

Estes dispositivos são os cones vaginais que, além da identificação precisa da musculatura, viabilizam um fortalecimento até graus bastante elevados. Outro dispositivo é o ben wa, as famosas bolinhas tailandesas, que ajudam na identificação da MAP e permitem a aprendizagem e treinamento da dissociação dos movimentos de contração abdominal da contração dos MAP, com extrema precisão, aumentando extraordinariamente a coordenação motora local.


Não conseguiu perceber sua MAP? Consulte um fisioterapeuta especialista em uroginecologia e aprenda a contraí-la e treiná-la no mesmo dia!