Você sempre se sente apreensivo(a) momentos antes de iniciar o ato sexual? Isto pode ser disfunção sexual.
Uma boa função sexual é fundamental para o completo bem-estar. A resposta sexual humana é dividida em várias fases, desde o desejo até a satisfação - com ou sem orgasmo. Cada uma destas fases é passível de falha, de modo que conhecer exatamente em qual fase está o problema é o melhor começo para um tratamento rápido e de sucesso.
O início de toda a resposta sexual é a fase do desejo, quando o desejo ou vontade relacionada ao sexo surge espontaneamente (do nada), ou é provocado por imagens, lembranças, carícias, etc. A partir daí corpo e mente, quando saudáveis, respondem com os sinais da excitação (congestão, ereção, lubrificação, etc).
Toda a resposta sexual começa pela fase do desejo, que depende de um bom estado mental e físico.
A disfunção do desejo sexual hipoativo, caracterizada pela falta de apetite sexual ou libido, é uma das mais frequentes: metade das brasileiras sofre com o problema. Muita coisa pode ser responsável, mas de um modo geral têm destaque o uso de certos medicamentos, como antidepressivos e até mesmo alguns anticoncepcionais, mas as causas mais comuns são comportamentais, como excesivo pudor, tabus ou religião. Recentemente um estudo validou uma escala para avaliação das disfunções do desejo sexual por fisioterapeutas pélvicas.
Destaca-se também o bom estado mental: quando estamos tristes, preocupados ou estressados, o desejo sexual fica em segundo plano. Tratar o emocional é, nestes casos, a chave para a solução do problema.
MANTENDO A CHAMA ACESA
A libido está também diretamente relacionada em manter o sexo vivo em sua mente. Pessoas que pensam em sexo mais vezes durante o dia tendem a ter mais libido e serem também mais excitáveis. Esta informação simples nos fornece uma dica importante para combater a disfunção do desejo hipoativo: provocar mais a si mesmo e ao parceiro(a) durante o dia.
Uma dica útil é enviar mensagens sensuais ao parceiro(a) durante o dia, ligar para dizer que está aguardando a noite chegar, etc. Assistir a filmes eróticos com mais frequência também pode ser uma ferramenta bastante útil.
O cinema erótico moderno foi remodelado. Antigamente os filmes eram um tanto agressivos, e por isto evitados por grande parte das pessoas. Atualmente há filmes mais suaves, com boa iluminação, música de bom gosto, pessoas bonitas... tudo isso sem deixar de mostrar cenas realmente quentes de sexo, mostrando tudo mesmo, mas de forma mais lenta, mais carinhosa. Filmes assim podem ser úteis para apimentar o desejo e a relação.
Quando o último ato sexual foi prazeroso o desejo permanece elevado, inclusive nos próximos dias.
SE A ÚLTIMA VEZ FOI BOA, A VONTADE FICA
Mas talvez a variável mais importante sobre o desejo sexual seja a memória do último ato sexual. Já reparou como, quando a última relação foi um pouco sem graça, estamos meio sem vontade para o sexo no dia seguinte? E como, pelo contrário, quando a última relação foi muito prazerosa, a vontade ressurge após minutos ou horas, e estamos mais excitáveis inclusive nos próximos dias? Isto acontece porque nossa memória do último ato sexual influencia diretamente sobre a libido.
FAÇA VALER
Portanto, uma das formas fisiológicas (naturais para o corpo) de aumentar a libido é investir no ato sexual, começando pelo tempo. Podem ser úteis acessórios de sex shops, que existem para todos os gostos: dos mais simples e discretos aos mais elaborados, e tudo disponível na internet, entregue em casa em embalagens discretas. Contudo, o mais importante será sempre investi mais atenção no sexo: mais cuidado com os gostos do parceiro(a), saber demonstrar do que e como você gosta, mais carícias, mais preliminares, mais emoção. E por que não novidades, como filmes ou acessórios?
A maioria das disfunções de desejo sexual são causados por problemas socioculturais, tratados com terapia cognitivo-comportamental realizada por terapeuta sexual ou fisioterapeuta pélvica especializada nestas disfunções.
Lembre-se: não há excitação sem uma fase do desejo funcionando de forma completa.
Quando o desejo sexual normal está livre para acontecer, e o corpo está suficientemente bem para responder, acontece a fase da excitação sexual, caracterizada por respostas físicas (corporais), especialmente a congestão (inchaço dos órgãos genitais - pênis e clitóris), ereção (enrijecimento do pênis e clitóris) e lubrificação (molhamento).
As três respostas da excitação - congestão, ereção e lubrificação - acontecem em sequência, e uma depende diretamente da outra. Sem elas o ato sexual não se desenvolve e não há satisfação sexual.
Apesar de toda a atenção dispensada à ereção e lubrificação, ambos dependem diretamente de um fenômeno mais básico e que precisa acontecer antes: a congestão.
EXCITAÇÃO DEPENDE DE BOA CIRCULAÇÃO
Congestão, ereção e lubrificação são fenômenos vasculares, ou seja, dependem diretamente da circulação sanguínea. No início da excitação as artérias (entrada do sangue) genitais recebem uma quantidade maior de sangue por conta do aumento do débito cardíaco (coração mais rápido e pressão mais forte). Isso faz com que mais sangue entre no pênis e no clitóris, inchando-os. Enquanto isso as veias (saída do sangue) são estreitadas pela ação de músculos. Boa parte destes músculos é voluntária - contraem por nossa vontade e podem ser treinados.
A congestão incha de sangue pênis e clitóris, até o ponto de torná-los eretos (firmes). A ereção pressiona as glândulas locais, causando o aumento na lubrificação, tanto feminina quanto masculina.
Quando a circulação sanguínea local não está bem a congestão não acontece. Sem congestão não há ereção nem lubrificação.
A congestão, portanto, depende diretamente da boa circulação local. Fatores que agridem a circulação sanguínea, como fumo, drogas, álcool, má alimentação e sedentarismo, influenciam de forma importante a congestão e toda a excitação. Nestes casos a pessoa sente-se excitada, mas o corpo parece não responder. Nestes casos o tratamento deve contar sempre com a reeducação de hábitos, como a atividade física e a dieta balanceada.
MUSCULAÇÃO DA MAP AUMENTANDO A CIRCULAÇÃO LOCAL
Mas nada melhor para aumentar a irrigação sanguínea do que os exercícios. Você já reparou como, ao exercitar, o corpo fica mais avermelhado (hiperêmico, parecendo mais cheio de sangue)? O exercício muscular realmente aumenta a irrigação local. Já reparou como fisiculturistas (atletas de musculação) tem veias grossas e aparentes?
O melhor tratamento para congestão, ereção e lubrificação prejudicadas é o exercício de alta intensidade para a musculatura do assoalho pélvico.
O SEGREDO DA BOA LUBRIFICAÇÃO: BOA EREÇÃO
O SEGREDO DA BOA EREÇÃO: MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO FORTES
A lubrificação é produzida principalmente pelas paredes vaginais e uterinas, mas também por glândulas próximas da vagina (paravaginais) e da uretra (parauretrais). Ao redor destas glândulas existem músculos (bulbocavernosos e isquicavernosos), cuja contração espreme estas glândulas aumentando em muitas vezes a quantidade de lubrificante jogado na entrada do canal vaginal.
No entanto, a atividade destes músculos só consegue aumentar efetivamente a lubrificação durante a fase do platô. Nesta fase há um aumento na contração automática e sustentada da MAP, suficiente para pressionar forte e sustentadamente as glândulas.
Mas lembre-se: o platô só acontece quando há uma boa ereção. E uma boa ereção só acontece se a MAP for suficientemente forte para trancar o fluxo venoso (retorno de sangue), endurecendo clitóris e pênis como balões cheios demais. O segredo para a boa lubrificação é, portanto, músculos do assoalho pélvico fortes e funcionais.
Lubrificação fraca no início do ato sexual é sinal de ereção incompleta: é preciso mais estímulo (preliminares). Lubrificação boa no início, mas fraca durante o intercurso, é sinal de musculatura do assoalho pélvico fraca.
Muito mais do que reprodução, o sexo tem fins emocionais, sociais e para o prazer próprio. É talvez a forma mais intensa de duas pessoas estarem juntas. Deste modo o ato sexual, dentro da função sexual e do relacionamento sexual, representa um conjunto complexo de interações físicas, emocionais e culturais.
Em suma, o ato sexual serve para o prazer, semelhante ao que buscamos ao assistir um filme, fazer um piquenique ou comer um chocolate. Não fazemos estas coisas por fome ou necessidade, mas porque gostamos: porque nos dão prazer.
A insatisfação sexual é um problema prevalente (comum), que aflige um terço dos homens e mais da metade das mulheres em todo o mundo. As causas podem ser as mais variadas, dentre físicas, emocionais ou mesmo sociais, mas de um modo geral há destaque para as causas físicas, como a baixa sensibilidade genital, dor sexual, dificuldades na ereção e dificuldades com o orgasmo.
A maior parte das disfunções sexuais está relacionada à problemas físicos e funcionais, para os quais o tratamento é fisioterapia especializada.
ENCONTRANDO A CAUSA
1. Fase acometida
Como cada problema acomete basicamente uma das fases da resposta sexual, portanto a primeira etapa para a solução é saber exatamente qual fase está comprometida, para diferenciar problemas físicos (do corpo) de emocionais (da mente).
2. Estrutura acometida
Em seguida, em se tratado de causas físicas, é fundamental conhecer exatamente qual estrutura (parte do corpo) está comprometida - por exemplo, musculatura do assoalho pélvico, ligamentos do assoalho pélvico, glândulas genitais, próstata, etc.
3. Natureza do comprometimento estrutural
Por fim, o sucesso no tratamento vai depender agora de conhecer qual a natureza do problema nesta estrutura: por exemplo, se a falha estiver no assoalho pélvico, o problema é fraqueza, baixa resistência, incoordenação, desinserção, hiperatividade ou outros? Cada tipo de problema vai exigir um tipo específico de tratamento. Afinal, de que adiantam exercícios de fortalecimento para uma MAP forte mas incoordenada (que não contrai como deveria)?
Lembre-se: nem sempre a insatisfação sexual é fruto de problemas físicos. Boa parte dos problemas podem ter origem emocional. Consulte um psicólogo especializado para uma avaliação detalhada.
SATISFAÇÃO NÃO É ORGASMO
Muita gente confunde, mas a satisfação sexual não necessariamente necessita de orgasmo. Satisfação sexual é um conceito muito mais amplo, relacionado a sexualidade (como cada um vivencia sua vida sexual) e ao ato sexual em si (o ato de fazer sexo, sozinho ou com parceiros). Quando esta vivência não está suficientemente boa, dizemos que há uma insatisfação sexual.
Cientificamente há uma medida chama escore ou quoeficiente de satisfação sexual, capaz de medir o grau de satisfação sexual das pessoas, e identificar riscos para a insatisfação. Mas, de um modo geral, é simples sabe como anda a satisfação, respondendo para si mesmo a pergunta:
Estou feliz com minha vida sexual?
Esta é uma aproximação imprecisa, que nem sempre funciona. Mas, de um modo geral, se a resposta for "não", então é bem provável que problemas importantes estejam acontecendo.
Orgasmos múltiplos não são o suprassumo da felicidade sexual
Muita gente acha que o fato de ter orgasmos múltiplos (ter vários orgasmos durante um único ato sexual) está diretamente relacionado à satisfação ou felicidade sexual. Hoje se sabe que isto não é verdade: orgasmos múltiplos não são tão satisfatórios. Satisfação é matar a vontade, e em grande parte quando se têm orgasmos múltiplos a vontade de sexo reaparece em menos de cinco minutos. Ao que parece, o orgasmo mais satisfatório de todos é aquele que vem com toda a força; como um coice, te derruba e dá soninho final. E não, essa sensação não é exclusiva dos homens, mas de todas as pessoas que têm bons escores de saciedade com o sexo. Se não está satisfatório, isto é um indício de disfunção sexual.
Lembrando, por fim, que a satisfação depende de muito mais do que um simples orgasmo: o corpo pode estar funcionando muito bem, mas a intimidade não é suficiente, os tempos de preliminares ou de ato sexual em si não são compatíveis com o parceiro, etc. Todos estes problemas podem ser amenizados, e existem ferramentas específicas para o tratamento destas situações, parte na fisioterapia, parte na psicoterapia.
Todavia boa parte das queixas de insatisfação sexual está relacionada à problemas com o orgasmo. Particularmente pessoas que tinham orgasmos satisfatórios durante boa parte da vida, repentinamente começaram a esperimentar problemas, especialmente orgasmo muito fraco, orgasmo que chega muito rápido o orgasmo que demora demais para chegar.
Estes problemas são conhecidos como disorgasmia que, em conjunto com a anorgasmia (ausência de orgasmo), compreende as disfunções do orgasmo.
DISORGASMIA & ANORGASMIA
É normal que num dia ou noutro o orgasmo não seja suficientemente bom. Afinal, muita coisa influencia em nossa função sexual, como cansaço físico, estresse mental, etc. Contudo, quando em todas as vezes, ou na maioria delas, o orgasmo não é bom, isto significa disorgasmia - a disfunção do orgasmo ruim.
Basicamente o orgasmo insatisfatório acontece de três formas: muito rápido, muito fraco ou muito demorado.
Orgasmo Prematuro: acontece rápido demais; antes do desejado.
Orgasmo Fraco: acontece no tempo certo, mas chega fraco demais - quase não se sente.
Orgasmo Retardado: demora demais para acontecer.
O orgasmo disfuncional pode ser retardado (demorado) e fraco ao mesmo tempo.
O orgasmo prematuro, masculino ou feminino, pode ser causado por problemas físicos (hiperatividade da MAP) ou emocionais (ansiedade). Para ambos os casos o tratamento mais efetivo até o presente consiste em exercícios para controle do reflexo ejaculatório, ou reflexo do orgasmo. Este controle é conseguido por meio de exercícios de propriocepção (percepção da MAP) e coordenação motora da MAP. Existe tratamento para o orgasmo prematura tanto masculino quanto feminino.
Tanto o orgasmo fraco quanto o retardado podem estar relacionados a problemas físicos ou emocionais. O mesmo vale para a anorgasmia (orgasmo que não acontece). Mas, de um modo geral, quando o problema é persistente (acontece o tempo), o problema é de origem física (corporal). O tratamento, portanto, deve ser físico - fisioterapia específica.
Mas lembre-se: para que o orgasmo aconteça é necessário que, antes de mais nada, o desejo sexual esteja em ordem, e a partir dele o corpo esteja fisicamente saudável para responder com a congestão, a ereção e a lubrificação. Qualquer falha em uma destas respostas vai, obrigatoriamente, impactar negativamente sobre o orgasmo.
Problemas do orgasmo normalmente advém de disfunções da excitação. O tratamento, portanto, deve começar lá.
Talvez o problema mais comum, causador de disfunção sexual, seja a dor durante o sexo. Mais de um terço das brasileiras apresenta o problema, desde um leve desconforto no início do ato sexual até dores fortíssimas que impedem qualquer tentativa de relação sexual, com ou sem penetração.
Dor nunca é normal. Mesmo se for leve, só no começo, a dor significa que algo errado está acontecendo - e tem tratamento.
Antigamente pensava-se que a dor sexual era exclusiva de mulheres que sofreram algum abuso sexual na infância. Hoje sabe-se que isto não é verdade, pois proporção de mulheres com dor sexual abusadas na infância, é quase a mesma das mulheres da população em geral com dor sexual (cerca de um terço).
Na maioria dos casos a dor sexual o problema é de origem física (corporal), especialmente relacionado à hiperatividade (contrações exageradas e incontroláveis) da musculatura do assoalho pélvico superficial ou profunda da MAP (dores tipo 1), ou dos tecidos conectivos (fáscias e ligamentos) (dores tipo 2) associados ao assoalho pélvico.
Disfunção sexual tem tratamento. Procure um profissional especializado.
Para ambos os casos o tratamento consiste na reintegração da MAP no esquema corporal da mulher (reconhecer ou conhecer a MAP), o que é feito por meio de exercício de propriocepção (perceber a MAP funcionando), alongamentos locais e exercícios de coordenação motora (contrair e relaxar a MAP com facilidade e precisão) e especialmente a liberação miofascial, que compreende o uso de técnicas específicas para o tratamento tanto de dores de origens musculares quanto conectivas em uma média de 5 sessões apenas.
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação,
eletrônico ou impresso, sem a autorização prévia e por escrito do editor.