A sensibilidade durante o ato sexual, que leva ao orgasmo, depende diretamente da saúde de músculos que podem ser treinados. Como anda a saúde dos seus músculos sexuais? Não está na hora de fortalece-los um pouco?
Quando olhamos para a região genital feminina vemos os grandes lábios, que têm pelos, e por dentro deles os pequenos lábios, mais finos e delicados, normalmente fechados. Quando abrimos os pequenos lábios a área interna a eles é chamada vestíbulo genital.
No vestíbulo podemos ver o canal vaginal e, logo acima dele, o pequeno canal da uretra, mais escondido. Na parte superior do vestíbulo, acima da uretra, pode-se observar uma "bolinha", do tamanho de um grão de arroz ou feijão. Esta é apenas a glande, uma pontinha externa do clitóris.
Logo na entrada do canal vaginal podemos ver o hímen, que está presente em todas as pessoas e não somente naquelas que nunca tiveram relações sexuais com penetração. Em quem já é sexualmente ativo, o hímen aparece como uma pele esbranquiçada e toda rasgada, parecendo uma boquinha ou um pequeno esfíncter anal, só que branquinho. Na região do vestíbulo vulvar, para fora do hímen, toda a área que pode ser vista e palpada com um dedo ao lado, dentro dos pequenos lábios, é a área dos bulbos esponjosos do clitóris.
Utilize um espelho para observar sua região vulvar. Você sabia que conhecer bem esta região pode prevenir ou até melhorar problemas sexuais, como a dor durante a relação?
Aquele pontinho externo é apenas o começo do clitóris. Na verdade o órgão é relativamente grande, mas por ser interno ao corpo não podemos visualiza-lo com facilidade, como acontece com o genital masculino (pênis).
Clitóris e pênis são formados pelas mesmas partes. A parte central (rosa claro na imagem ao lado) é composta por duas grandes estruturas em forma de gota, uma em cada lado do canal vaginal, chamadas de bulbos esponjosos, ou bulbos do corpo esponjoso.
No homem o corpo esponjoso é um cilindro único, que vem da base do pênis até a glande (cabeça). Na mulher o corpo esponjoso é dividido em dois bulbos (alargamentos), que são como duas grandes gotas unidas superiormente pelas pontas.
Os dois bulbos esponjosos ficam escondidos dentro do corpo feminino. São órgãos muito sensíveis: eles circulam o canal vaginal, e sua função é justamente aumentar em várias vezes a sensibilidade vaginal durante o ato sexual.
A função do clitóris é aumentar a sensibilidade genital feminina, tanto intravaginal quanto da região vulvar (externa). O uso indiscriminado de vibradores ou a masturbação muito violenta pode diminuir a sensibilidade do clitóris, dificultando o prazer e o orgasmo.
Quase todo o corpo esponjoso fica todo escondido na parte interna, mas em sua parte superior, onde os bulbos se unem, o corpo esponjoso emerge para fora do corpo formando a glande - aquele pontinho bem sensível logo acima da uretra. Faz sentido que boa parte do órgão seja interna, já que sua função é aumentar a sensibilidade vaginal durante o ato sexual.
A função do clitóris é sensória, para o prazer sexual. O corpo esponjoso, tanto o masculino quanto o feminino, é de capturar e enviar sensações prazerosas ao nosso sistema nervoso central. Ele amplifica a sensação dos estímulos na região, o que é fundamental para o prazer sexual.
CONGESTÃO
Você já reparou como o pênis e o clitóris ficam inchados durante a excitação sexual? Isto é congestão. Ela aumenta várias vezes a sensibilidade dos órgãos genitais, favorecendo orgasmo e/ou a satisfação sexual - mesmo sem orgasmo.
Sem excitação os corpos esponjosos são como esponjas fechadas. Imagine uma esponja de banho apertada dentro da sua mão: todos os furinhos estão fechados. Mas, durante a excitação sexual, o corpo esponjoso se abre, e suas cavernas (furinhos da esponjo) se enchem de sangue. Esta congestão sanguínea serve para aumentar em várias vezes a sensibilidade, tanto do pênis quanto do clitóris.
Congestão não é ereção. A congestão é o inchaço inicial dos órgãos genitais durante a excitação, que acontece nos corpos esponjosos. Ela inicia o processo de ereção, que é o endurecimento dos órgãos genitais (clitóris e pênis), causado pelo enchimento sob pressão dos corpos cavernosos.
A sensibilidade genital da mulher durante o ato sexual, portanto, vem do clitóris - particularmente do corpo esponjoso dele. Por sua localização anatômica ele pode ser estimulado diretamente, em sua pequena glande (por masturbação), por via vaginal (via bulbos do corpo esponjosos) e até mesmo via anal (pela compressão das paredes vaginais contra os bulbos esponjosos).
A confusão de que existiriam tipos diferentes de orgasmo vêm do desconhecimento da real anatomia do clitóris. Ao se imaginar que se trata de um pontinho sobre a uretra, fica mesmo difícil entender como os estímulos de uma penetração vaginal seriam capazes de chegar até o clitóris. No fim, todos os orgasmos são sempre disparados pelo clitóris, sejam eles advindos de estímulos vaginais, vulvares, anais ou outros.
Mas ao se observar a real anatomia do órgão, particularmente seus bulbos do corpo esponjoso, fica fácil perceber como o clitóris é grande e envolve a maior parte do canal vaginal.
Vale lembrar que o emocional, nossos sentimentos, têm grande influência sobre o orgasmo. Mas, de um modo geral, tanto o orgasmo quanto o prazer sexual estão diretamente relacionados ao clitóris.
O órgão genital feminino é o clitóris, associado às sensações de prazer durante o ato sexual. Vagina é o órgão de cópula, necessário ao coito - e não necessariamente ao prazer.
A função sensória do corpo esponjoso depende diretamente da quantidade de sangue dentre dele. Já reparou como nossa pele, quando mais avermelhada (cheia de sangue), fica mais sensível? Quanto mais sangue, melhor a sensibilidade local.
Como em qualquer outra parte do corpo, o sangue no corpo esponjoso entra por artérias e sai por veias. Isto significa que, se quisermos que ele fique "inchado de sangue", basta trancarmos a saída venosa, e teremos o local enchendo de sangue, como um balão. O sangue entra, mas não consegue sair.
As veias estreitam ligeiramente seu calibre (grossura) durante a excitação sexual, mas a maior parte deste fechamento acontece com o auxílio de músculos altamente especializados para este fim.
Por cima dos bulbos do corpo esponjoso, tanto masculino quanto feminino, há um músculo que, por este motivo, recebe o nome de músculo bulbocavernoso. Apesar de ser um músculo voluntário (que contrai sob nossa vontade), ele contrai automaticamente durante o ato sexual, via reflexa.
Ao contrair ele pressiona todo o bulbo esponjoso, bloqueando o retorno do sangue venoso (que sai), sem bloquear a entrada do sangue arterial (que entra). O resultado é um aumento na congestão (inchaço), que aumenta ainda mais a sensibilidade de toda a região, fundamental para que o orgasmo, masculino ou feminino, aconteça.
Quanto mais fortes os músculos, melhor a sensibilidade. E quanto maior a sensibilidade, mais fácil e rápido o orgasmo acontece.
LUBRIFICAÇÃO
A boa musculatura genital também é fundamental para que a lubrificação vaginal aconteça de modo satisfatório. Além da congestão para sensibilidade, a contração do músculo do bulbo esponjoso também pressiona as glândulas paravaginais (Glândulas de Bartholin), espremendo sua secreção lubrificante para dentro da vulva.
A sensibilidade que sentimos durante o ato sexual é fundamental para a satisfação sexual e o orgasmo. Esta sensibilidade é amplificada pela ereção, ou endurecimento do órgão genital, que acontece tanto no homem quanto a mulher.
Sem ela a sensibilidade não é a mesma, e o prazer sexual pode estar prejudicado. Na mulher pode causar disorgasmia (orgasmo fraco ou demorado), anorgasmia (ausência de orgasmo) ou insatisfação sexual. No homem, além dos mesmos problemas, há a impossibilidade de penetração - entrada do pênis na vagina.
A ereção é desencadeada pela congestão, e serve para deixar o órgão rígido. Esta rigidez acontece pelo trancamento do sangue dentro dos corpos cavernosos, o que aumenta mais ainda a sensibilidade da glande - tanto a masculina quanto a feminina. Por sua localização, a compressão extra dos corpos cavernosos age quase que somente sobre a glande: por este motivo a sensibilidade da glande é maior do que a vaginal.
Apesar de o clitóris, como um todo, circular o canal vaginal, a sensibilidade intravaginal é menor do que a da glande por causa da ereção, que influencia principalmente a porção externa do clitóris - sua pequena glande.
A ereção acontece nos corpos cavernosos de modo semelhante à congestão nos corpos esponjosos. O sangue é trancado nos corpos cavernosos durante a excitação sexual, de modo que eles enchem cada vez mais como balões, até que a pressão seja grande o suficiente para que fiquem rígidos. Na ereção, portanto, os corpos cavernosos ficam tão cheios de sangue que chegam a endurecer.
Quem garante o bom fechamento das veias, fundamental para uma boa ereção, são músculos que pressionam externamente os corpos cavernosos, aumentando sua pressão interna. São os chamados músculos isquiocavernosos.
A disfunção erétil, portanto, é um problema relacionado ao mau enchimento dos corpos cavernosos. Isto pode acontecer porque o sangue não está chegando direito (falha arterial), porque o sangue não está sendo bloqueado lá dentro e está vazando, como acontece em um balão furado (falha muscular).
Como os músculos responsáveis por evitar o escape de sangue dos corpos cavernosos são voluntários (contraem por nossa vontade), é possível exercitá-los aumentando sua força e função, e com isto minimizar ou até curar o problema.
A disfunção erétil causada após a cirurgia de próstata está normalmente relacionada à denervação parcial (destruição de parte dos nervos, fios que levam os sinais do sistema nervoso central para os músculos trabalharem). O sucesso dos exercícios para a disfunção erétil, neste caso, vai depender diretamente de quanta inervação foi preservada na cirurgia, o que necessita de uma avaliação detalhada. Procure um fisioterapeuta especialista na sua cidade.
Para a mulher, a ereção causada pelos corpos cavernosos aumenta a sensibilidade dos corpos esponjosos, especialmente a sensibilidade da glande do clitóris. Já percebeu como a glande, normalmente, é mais sensível do que a parte interna do canal vaginal? Isto ocorre porque, na mulher, a ereção ocorre principalmente ao redor da glande.
Diferentemente do homem, onde todo o corpo esponjoso está ligado aos corpos cavernosos, na mulher apenas a glande do corpo esponjoso - sua menor parte - é ligada aos corpos cavernosos. Deste modo, a ereção dos corpos cavernosos, que serve para melhorar a sensibilidade local, acaba agindo apenas na glande que é externa, tendo pouco ou nenhum efeito sobre os bulbos esponjosos, que ficam internos, de cada lado do canal vaginal.
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