Você conhece bem sua MAP? É capaz de contraí-la de maneira eficaz? A contração consciente da MAP é fundamental para o bom desempenho sexual, porém infelizmente menos de 20% da população em todo o mundo sabe como fazê-la de maneira eficiente. Para conhecer melhor sua MAP, senti-la e aprender a contraí-la, leia Descubra sua MAP.


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O que é Ben Wa?

Há cerca de três mil anos, na antiga região onde hoje é a Índia, os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) eram transmitidos de mãe para filha, como uma forma de deixar a mulher mais conectada com sua região genital, ter no sexo um aliado para a felicidade, ser melhor esposa e mãe, numa prática chamada pompoarismo. Quando exercitamos nosso assoalho pélvico, estamos mais conectados à nossa região genital, melhorando o desempenho sexual, a gestação e o parto, enfim, a saúde e a vida como um todo.

Mas treinar o assoalho pélvico nunca foi tarefa fácil. Estes músculos são difíceis de visualizar, diferentes dos músculos dos braços ou das pernas. Então, para "sentir" estes músculos trabalhando, as indianas começaram a utilizar pequenos ovinhos ou esferas feitos em pedra bem polida ou outros materiais duros, que podiam ser introduzidos na vagina e sentidos subindo e descendo durante os exercícios para o assoalho pélvico.

Mais tarde, na Tailândia, para melhorar ainda mais a sensibilidade e percepção destas esferas vaginais, foram introduzidos pequenos aros metálicos do lado de dentro de esferas feitas também de metal esmaltado. O resutado é que, quando sacudidos, esta hastes internas vibravam. Este componente de vibração, introduzido nos ben wa, tornou-os uma ferramenta poderosa para o chamado treino de propriocepção do assoalho pélvico (ou seja, o treinamento para aprender a perceber, sentir e mover os MAP).

Isto também fez dos ben wa os primeiros vibradores descritos em toda a história!. Quando questionadas, especialmente por homens, sobre a utilidade daquelas misteriosas bolinhas, as mulheres normalmente costumavam dizer que elas serviam para realinhar ou energizar os famosos chakras, isso para não revelarem os reais segredos do ben wa, as famosas "bolinhas tailandesas", no treinamento das práticas sexuais.

Bolinhas de Ben Wa são esferas vibráteis utilizadas para perceber e sentir o assoalho pélvico durante os treinos para esta musculatura, sendo particularmente indicados para treinamentos de propriocepção e aquecimento para outros treinamentos dos músculos do assoalho pélvico, além dos treinos de dissociação assoalho pélvico-abdominais e coordenação motora.

Modernamente o ben wa é composto de duas esferas de plástico unidas por um cordão flexível, com pequenas esferas internas de chumbo que correm por sobre promeinências internas em alto relevo produzindo uma vibração mais potente e numa frequência mais próxima a dos proprioceptores (sensores de percepção corporal) do assoalho pélvico.



Para que serve?

As bolinhas de ben wa podem ser utilizadas para os seguintes treinamentos dos músculos do assoalho pélvico:

  • Treino de Propriocepção: quando a fisioterapeuta pélvica necessita ensinar à mulher a perceber e sentir seu assoalho pélvico contraindo e relaxando durante os exercícios;
  • Treino de Coordenação Motora: o treino mais importante da MAP; quando se ensina o assoalho pélvico não apenas a contrair e relaxar, mas fazer isso com total eficiência - contrair rápido e firme, relaxar rápido, de forma completa e sem atrasos;
  • Treino de Dissociação Assoalho-Abdominais: o mais avançado dos treinamentos de assoalho pélvico, utilizado no pompoarismo, onde é necessários separar com precisão contração e relaxamentos da MAP da contração e relaxamento dos músculos abdominais;
  • Aquecimento pré-treino: quando a fisioterapeuta pélvica busca aquecer, despertar ou deixar os MAP mais espertos antes de iniciar um treinamento mais intenso que, desta forma, acaba rendendo mais e melhor.

Consulte uma fisioterapeuta pélvica na sua cidade, antes de iniciar a prática dos exercícios para o assoalho pélvico.



Como funciona?

Existem treinos específicos com o ben wa, uma para cada finalidade. A mulher deve introduzir uma ou as duas bolinhas no canal vaginal, de acordo com os objetivos de cada treinamento:

1. Propriocepção (capacidade de perceber a MAP contraindo e relaxado):
Treino do Ben Wa Contínuo.

2. Coordenação motora (capacidade de saber contrair e relaxar a MAP com máxima eficiência):
Treino do Ben Wa Dinâmico.

3. Dissociação Assoalho-Abdominais (capacidade de contrair a MAP relaxando os abdominais e vice-versa):
Treino do Ben Wa Dinâmico.



Treino de Propriocepção: Ben Wa Contínuo 1

O treino com Ben Wa Contínuo, é voltado à melhoria da propriocepção, ou a capacidade de perceber/sentir a MAP contraindo e relaxando. Pode ser considerado um treinamento funcional, pois alia contrações da MAP à atividades de vida diária.

Para realizá-lo basta introduzir as duas bolinhas do ben wa no canal vaginal, e após seguir com as atividades diárias normais (caminhar, lavar a louça, tomar banho, etc). A vibração causada pelas bolinhas de chumbo que existem dentro das bolinhas plásticas do ben wa irá ativar a MAP: a cada movimento das bolinhas a MAP faz uma mini contração, insuficiente para estressar a musculatura, mas suficiente para deixá-la mais acordada.

Este treino também serve como aquecimento proprioceptivo, antes de iniciar outros treinamentos da MAP, como reforço ou coordenação. Deve-se evitar atividades de impacto (corrida, saltos) e de peso (musculação, carregamento de objetos pesados, etc). Não fique sentada e nem urine utilizando o ben wa.

ATENÇÃO: Jamais fique SENTADA com o ben wa, e sempre o RETIRE PARA URINAR.



Treino de Coordenação: Ben Wa Dinâmico 2

A parte mais importante e central de todo protocolo de treinamento da MAP deve ser o treinamento de coordenação motora, quando aprendemos a contrair e a relaxar com máxima eficiência nosso assoalho pélvico. O ben wa pode ser utilizado como ferramenta proprioceptica (de percepção de posição e movimento) durante os treinos de coordenação motora da musculatura do assoalho pélvico.

Treino de Dissociação: Ben Wa Dinâmico

O treinamente do Ben Wa Dinâmico, voltado à dissociação, é realizado em duas etapas distintas: introdução e expulsão. A primeira etapa exige fundamentalmente a contração da MAP com parte dos abdominais relaxados, parte contraídos. Já a última etapa exige uma contração de todos os abdominais e relaxamento da MAP.


1ª Etapa: INTRODUÇÃO
Contração da MAP

A primeira bolinha do ben wa deve ser inserida na vagina, logo acima da linha da MAP. Em seguida a mulher deve respirar lentamente e encolher a barriga, como para vestir uma calça muito apertada, sentido a bolinha subir pela vagina, aproximando a segunda bolinha da entrada do canal. Você até pode ajudar com os dedos a segunda bolinha a entrar, mas tente usar o mínimo possível de ajuda dos dedos: tente ao máximo utilizar a força de contração da MAP.

Contrair fortemente os abdominais para dentro (encolhendo o umbigo, como se faz para tentar fechar o zíper de uma calça muito apertada) é o movimento mais importante no auxílio da subida das bolinhas.

O abdomem não pode "inflar" durante a contração. Sempre encolha a barriga na contração de abdominais, nunca estufe-a. A contração errada dos abdominais é prejudicial ao assoalho pélvico.

Este movimento, especialmente o dos abdominais, exige uma certa dose de força e coordenação motora, o que pode gerar algum insucesso de início, principalmente para as mulheres que não saibam contrair eficazmente esta musculatura, inclusive a MAP (veja Descubra sua MAP). Porém, não é motivo para desistir. Afinal, em mais algumas contrações a mulher certamente conseguirá introduzir as bolinhas com sucesso. É como praticar um novo esporte: nunca se aprende na primeira tentativa. Persistindo a dificuldade, procure um fisioterapeuta especialista na sua cidade.

Caso a mulher não consiga "sugar" as bolinhas, pode estar sendo realizado um tipo inapropriado de contração. É preciso caprichar na contração dos abdominais, realmente encolhendo a barriga. Deve-se então alternar sucessivamente diferentes tipos de contração da MAP (mais fortes, mais rápidas, alternadas...) até que seja encontrado o tipo certo de contração que vai "puxar"; o as bolinhas para dentro da vagina.

O insucesso do exercício pode ser causado por falta de força ou falta de coordenação motora da MAP, e por este motivo a mulher deve procurar um fisioterapeuta especialista. Não saber contrair a MAP pode precipitar disfunções do assoalho pélvico, como incontinências, prolapsos e disfunções sexuais.


2ª Etapa: EXPULSÃO
Contração da Abdominais

Com as duas bolinhas previamente dentro da vagina, deve-se então relaxar a MAP e realizar uma suave contração abdominal, concentrando-se para "empurrar" as bolinhas para fora da vagina (num movimento bem semelhante ao realizado para evacuar), mas sem trancar a respiração nem empurrar para fora fazendo força.

ATENÇÃO: Não tranque sua respiração nem faça "força para fora" durante este exercício. As bolinhas de ben wa devem sair de forma natural, sem fazer força. Caso não consiga, consulte uma fisioterapeuta pélvica na sua cidade.

Deve-se expulsar as bolinhas uma-a-uma, em movimentos rítmicos. Esta etapa é muito mais fácil que a anterior. Não transque a respiração, para que os abdominais sejam ativados do modo correto durante o exercício. Eles ativam levemente; devem contrair muito pouco.

Preferencialmente não deve haver nenhuma ajuda externa nos exercícios com o ben wa, a não ser a contração da MAP e dos abdominais (ou seja, não se deve ajudar com as mãos). Porém, caso exista alguma dificuldade em alguma das duas etapas, a mulher pode auxiliar a entrada ou a saída das bolinhas empurrando ou puxando suavemente a bolinha ou o cordão do ben wa com os dedos, cuidando para que esta ajuda seja a mínima possível, afinal, é a musculatura abdominal e do assoalho pélvico que devem estar sendo treinados.


Importante: Nunca tranque sua respiração durante os exercícios para a MAP. Procure relaxar e respirar de maneira lenta, suave e profunda, nas duas fases (introdução e expulsão do ben wa). Ao trancar a respiração os abdominais estão sendo contraídos de maneira errada. Mesmo na fase da expulsão é possível (e recomendado!) respirar lentamente ao invés de trancar a respiração, mesmo que isto facilite a manobra.