Importante: a disfunção erétil muscular (para fisioterapeutas) é causado por uma disfunção dos músculos SUPERFICIAIS do assoalho pélvico, que não podem ser alcançados por via anal. O tratamento de toda disfunção sexual masculina, portanto, é realizado com treinamento dos músculos superficiais, POR FORA DO CORPO, e não por via anal.
Ereção é o enrijecimento do pênis (no homem) ou do clitóris (na mulher). A ereção acontece por um aumento na pressão interna nos chamados "corpos cavernosos", dois grandes tubos escavados como esponjas que formam o corpo do pênis. É um fenômeno normal, que acontece até mesmo com bebês.
Durante a excitação sexual, um sinal vindo do sistema nervoso (cérebro) avisa os corpos cavernosos para "abrirem suas cavernas". Com as cavidades abertas e o aumento do fluxo sanguíneo, essas cavernas se enchem de sangue, fazendo o pênis ou clitóris inflar, como um balão cheio de água.
Ao mesmo tempo em que isto acontece, o fluxo venoso (saída do sangue) é fechado, enquanto o fluxo arterial (entrada de sangue) é aumentando ao seu máximo. Assim temos um balão que enche cada vez mais, sem conseguir esvaziar. O resultado é que a pressão interna vai aumentando cada vez mais.
Este fechamento do leito venoso, ou saída do sangue, é fundamental para a ereção. Do contrário o sangue sairia, e não haveria enrijecimento: como um balão furado, onde o ar entra por um lado e sai pelo outro.
Quem potencializa este trancamento das veias, ou saída do sangue, por fim, é a musculatura do assoalho pélvico (MAP), que são os músculos ao redor da bolsa escrotal e principalmente na base do pênis. Durante a ereção eles aumentam sua atividade, que é um tipo de contração automática.
Quando a MAP aumenta sua contração, ela aperta a base do pênis (ou do clitóris), trancando mais ainda as veias que precisam estar fechadas para permitir a ereção. Este fechamento aumenta tanto, que o sangue que continua entrando causa o enrijecimento do órgão.
A ereção é um fenômeno vascular, onde a entrada de sangue para o pênis (ou clitóris) é aumentada e a saída do sangue bloqueada. O sangue vai entrando cada vez mais e não consegue sair, provocando o enrijecimento do órgão.
A ação da MAP sobre a ereção é bastante fácil de entender e de verificar. Toda vez que a MAP contrai ela bloqueia o sangue dentro do pênis ou clitóris. É este bloqueio que causa ou aumenta a ereção, deixando o órgão "mais durinho" ou cheio, "brilhando" de tanto sangue dentro. É por este motivo que, toda vez que há uma ereção, mesmo que moderada, e o pessoa contrai sua MAP (músculos ao redor do ânus, pênis e clitóris) a ereção aumenta, aumentando a sensibilidade local. Quando a pessoa relaxa sua MAP, a ereção diminui, diminuindo a sensibilidade local.
Disfunção erétil (DE) é um problema que acomete mais da 50% dos homens de todas as idades e mais da 80% das mulheres de todas as idades, sendo definida como a dificuldade ou incapacidade de alcançar ou manter a ereção de modo suficientemente satisfatório.
Pode ser do tipo parcial, quando há dificuldade para iniciar ou manter a ereção, ou completa, quando fica impossível sequer iniciar o enrijecimento. Em pessoas com pênis é fácil notar que o órgão não está rígido como deveria durante a excitação, e em pessoas com clitóris nota-se que o órgão não está tão rígido e cheio de sangue, e a partir daí queixas de baixa sensibilidade, lubrificação que se perde no meio do caminho e especialmente dificuldades em alcançar o orgasmo.
Muitas podem ser as causas, por exemplo problemas físicos (corporais) ou psíquicos (emocionais). Dentro os problemas físicos que podem causar a DE estão a esclerose múltipla, doença de Parkinson, tumores, problemas medulares, diabetes, etc. Dentre as causas emocionais têm destaque ansiedade, estresse, conflitos de casal e outros.
A DE também pode estar relacionada ao uso de medicamentos, como anti-depressivos, anti-psicóticos, anti-histamínicos e alguns tipos de anti-hipertensivos, tanto para pessoas com pênis quanto clitóris.
De um modo geral a DE é causada por problemas neurológicos (relacionados ao cérebro, medula ou inervação), vasculares (relacionados à problemas nas artérias ou veias), endocrinológicos (problemas hormonais), musculares (disfunção da musculatura do assoalho pélvico, MAP, os músculos na base do pênis), emocionais ou um combinação destes fatores.
Diversas causas possíveis exigem uma investigação detalhada, uma vez que cada caso é único. Descobrir aonde está o problema é o primeiro passo para o sucesso no tratamento.
Como cada causa tem um tratamento específico, descobrir o que está causando o problema é a parte mais importante de qualquer tentativa de tratamento. Cada pessoa é um universo em particular. Portanto, para saber de onde vem a DE de um homem em particular, é necessário avaliar sua condição vascular, neurológica, emocional, muscular do assoalho pélvico e hormonal. É necessária portanto uma equipe multidisciplinar, contanto com médico neurologista, vascular, fisioterapeuta pélvico, psicólogo, e outros.
Fique atento: sedentarismo, hipertensão e obesidade são causas comuns da disfunção.
Como boa parte dos homens que sofre com a DE reclama que o problema iniciou com o envelhecimento (acima dos 50 anos), é comum dizer-se que o envelhecimento causa a DE. Mas na verdade o envelhecimento causa, em homens e mulheres, degeneração nervosa, vascular e muscular. Ou seja, no fim o problema não é o envelhecimento em si, mas as degenerações causadas normalmente pelo envelhecimento.
De qualquer forma o importante é descobrir exatamente como anda a função neurológica, vascular, muscular e emocional do indivíduo, independentemente da idade, pois a DE pode acometer qualquer homem com problemas vasculares, sejam estes problemas causados pelo envelhecimento ou por um acidente de trânsito qualquer. Em suma, a DE não tem idade, mas depende de condições de saúde. É importante lembrar que estes problemas valem também para pessoas com clitóris.
Depois de descobrir exatamente o que está causando o problema é possível iniciar o tratamento. Pelo fato de a contração da MAP aumentar notavelmente a ereção, e de a fisioterapia pélvica ser um tratamento de custo acessível e sem efeitos colaterais, esta deve ser a primeira opção terapêutica para a maioria dos casos.
Mais de 75% dos casos de DE podem ser revertidos por fisioterapia pélvica, especialmente exercícios do assoalho pélvico, especialmente exercícios de hipertrofia (reforço). É importante ressaltar que exercícios com biofeedback, para incoordenação da MAP, assim como a eletroestimulação, não são indicados no tratamento da disfunção erétil, como eram equivocadamente utilizados até os anos 1990.
Para os demais casos pode ser tentadas ainda medicações orais, que tem pouca utilidade quando a DE for de outra origem que não a arterial. Outra solução são os dispositivos à vácuo, capazes de facilitar especialmente o início da ereção - para pessoas que apresentam dificuldade unicamente para iniciar a ereção, mas que têm facilidade de mantê-la depois.
Terapia comportamental e terapia sexual podem ser indicadas especialmente para casos de origem emocional. Existem ainda as injeções intracavernosas, particularmente para problemas de origem neurológica.
Somente após a falha de todos os outros tipos de tratamento pode ser efetuada a prótese peniana, que é a substituição cirúrgica dos corpos cavernosos por hastes plásticas que podem ser posicionadas com a ajuda das mãos, ou infladas mecanicamente.
Importante: A maioria dos casos de disfunção erétil, tanto para quem tem pênis quanto para quem tem clitóris, é causada por disfunção dos músculos do assoalho pélvico, para as quais a fisioterapia pélvica é padrão outro de qualidade, aumentando até 90% da pressão dentro dos corpos cavernosos.
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