Artigo Original


Latorre GFS, Ayala A. Flatos vaginais durante o sexo são fisiológicos e relacionados ao prazer e posturas. Rev Bras Fisiot Pelvica 2022;2(1)16-27. DOI: 10.62115/rbfp.2022.2(1)16-27

Panorama: Flatos vaginais são um sintoma prevalente, descrito pela maioria absoluta das mulheres e correlacionado na literatura a disfunções do assoalho pélvico (DAP). Mas será que a maioria absoluta das mulheres, então, apresenta DAP suficiente para justificar estes flatos? Objetivo: Descrever a prevalência de flatos vaginais na população em geral, testar a correlação entre flatos vaginais e prazer sexual e propor uma nova classificação funcional para o fenômeno. Método: Estudo exploratório descritivo. Voluntárias convocadas em redes sociais responderam questões sociodemográficas, sexuais, obstétricas e sobre flatos vaginais. Resultados: Das 557 voluntárias 97,3% apresentaram flatos vaginais, relacionados às posições de maior prazer sexual, e às posturas sexuais antigravitacionais. As posturas “mulher sobre” (amazona) e missionário (papai/mamãe) foram as mais prazerosas, enquanto “quatro apoios” foi responsável pela maioria (78,3%) dos flatos. O momento de desfazer o coito e troca de posturas após o sexo causou a saída do ar vaginal para 95,9% das mulheres. Conclusão: Os flatos vaginais durante ou em razão do sexo são normais e fisiológicos, acontecem por posturas antigravitacionais para 90% das mulheres e pelo próprio prazer sexual para 30% das mulheres. Flatos vaginais fora do contexto sexual apontam disfunções do assoalho pélvico, que devem ser avaliadas e tratadas. Profissionais de saúde que se aventuram como influenciadores digitais devem agir com responsabilidade ao tratar destas diferenças.

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